domingo, abril 20, 2008

Acreditar/aceitar

Por incrivel que pareça, estou a ouvir o Roberto Carlos...sim, esse mesmo. As Baleias...
Depois de tanta cerveja é normal que acabe a ouvir isto.
Esta música é uma excelente metáfora. A qual não vou explicar aqui e agora, mas se realmente estiverem interessados eu o faço noutro local, ou então pessoalmente.
Aqui trata-se de acreditar que eu sei do que se fala e aceitar esse facto.
Eu continuo a acreditar de que esta música não se trata apenas de uma mensagem ecologica. Mas sim de uma grande mensagem de Amor...
Sim, esse grande maldito, que todos queremos alcançar, mas sem nos esforçamos para o ter. whatever
Agora, voltando ao titulo...
Por muito que queira aceitar, ou acreditar, há sempre qualquer coisa que me deixa de pé atrás...
Por muito que queira, por muito que acredite, há sempre qualquer coisa que...
Apenas ignoro, apenas acredito naquilo que quero, porque sei aquilo que desejo. Independentemente do que se possa estar a passar, daquilo que não vejo, daquilo que não sei.
Eu acredito e aceito.
E porquê?!
Porque sou daqueles tolos que acreditam que tudo acontece quando acreditamos e queremos que as coisas sejam como queremos que aconteçam...
Porque continuamos as imaginar um mundo onde os segredos não existem e que tudo é verdade. Num mundo lindo, num país da Alice, maravilha...
Mas as coisas não são assim, fáceis. Não se trata só de acreditar ou de aceitar, já passa isso.
O tempo, já dita outras respostas.
Já não quer dúvidas.
Apenas que se acredite.
Apenas que se aceite.

domingo, abril 06, 2008

Qigong

Conto Antigo



Há muito tempo atrás havia um velho mestre que conseguia transformar pedras comuns em pedaços de ouro. Muitas pessoas vinham ter com ele e pediam para ficar com os restos de pedaços de ouro que podiam estar por ali. O velho e gentil homem nunca os desapontava, e ajudava-os sempre que podia.
Um dia um rapaz de doze anos veio ter com ele e disse-lhe:
“Honrado mestre, ouvi dizer que consegues transformar pedras em pedaços de ouro. É verdade?”
O velho mestre respondeu:
“Sim, é verdade. Queres um pedaço de ouro como os outros? Se quiseres, eu transformarei uma pedra em ouro para ti.”
“Oh não, honrado mestre,” disse o rapaz, “Eu não quero o ouro. O que quero de si, se me permitir, é o seu truque de transformação das pedras em ouro.”
O mestre percebeu que este rapaz era diferente de todos os outros, e ele sorriu. O rapaz tinha percebido que se o velho mestre lhe desse um pedaço de ouro, logo iria ser gasto. Porém, se ele próprio soubesse como fazer ouro, ele teria ouro suficiente para o resto da sua vida.




Este pequeno conto, há muito que me acompanha na vida. Ao ouvir isto na minha primeira aula de Taijiquan, percebi que algo tinha que mudar em mim.

Numa sociedade como a de hoje onde apenas se querem resultados rápidos, sem se preocupar ou procurar a forma de obter os melhores resultados a longo prazo.

Quando vêem as flores ou comem o fruto, em que pensam? Notam apenas como são bonitas as flores e como é doce o fruto, ou pensam em como cultivá-las?


Nós temos as ferramentas para trabalharmos, para aprendermos o “truque”.
Um bom mestre apenas nos limpa a superfície das sujidades que acumulámos, mostrando assim o brilho do interior.
Não conseguem fazer por nós o que não conseguimos fazer por nós próprios.


O Qigong não é apenas uma série de “coreografias” e de movimentos engraçados que se aprendem numas aulas e que são rapidamente esquecidos.

Não é apenas umas postura da Arvore.

O Qigong é plenitude, é vazio.
É movimento e quietude.

É energia, o estudo da energia segundo dizem quando se separam os caracteres que compõem a palavra.


Não interessa saber fazer bem ou mal, rápido ou mais devagar. Esquecer uns movimentos.
Está tudo na intenção, na vontade, no foco…


É todo um processo de observação e de assimilação da natureza em nós e nós na natureza.

Este e outros contos, fazem-me sempre focar no treino. Criar objectivos e saber aquilo que procuro quando pratico Qigong.

O Qigong não é miraculoso, nem sequer tem todas as respostas para o que nos atormenta. Pode nos apresentar caminhos, que se abrem à nossa frente, que se trilham.
Caminhos que nos levam ao “truque”.
A essência do que é importante.

Amor Que Esquece

“Por que vives sempre falando dos meus erros passados? Diz o esposo
Pensei que os esquecera e perdoara!”
“Sim, de facto, esqueci tudo e perdoei, diz a esposa, mas quero ter a certeza de que também tu nunca te esqueças de que eu tudo esqueci e tudo perdoei!”