sexta-feira, outubro 08, 2004

Amor maior

Um homem de idade já bem avançada foi à uma farmácia para fazer um curativo na mão ferida. Estava apressado, dizendo-se atrasado para um compromisso, e, enquanto o tratava, o farmacêutico perguntou-lhe sobre qual o motivo da pressa. Ele disse que precisava ir à um asilo de anciãos para, como sempre, tomar o café da manhã com sua mulher, que estava internada lá. Disse que ela já estava há algum tempo nesse lugar, porque tinha um Alzheimer bastante avançado. Enquanto acabava de fazer o curativo, o farmacêutico perguntou-lhe se ela não se alarmaria pelo fato de ele estar chegando mais tarde. - Não, ele disse. Ela já não sabe quem eu sou. Faz quase cinco anos que não me reconhece. Estranhando, o farmacêutico lhe perguntou: - Mas se ela já não sabe quem o senhor é, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs? Ele sorriu e, dando-lhe uma palmadinha na mão, disse: - É... Ela não sabe quem eu sou, mas eu, contudo, sei muito bem quem é ela. Os olhos do farmacêutico lacrimejaram, enquanto o velho homem saía e ele pensou: "Essa é a classe de amor que eu quero para a minha vida."

"O verdadeiro amor não se reduz ao físico nem ao romântico. O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é, do que foi, do que será e.. Do que já não é..."