quinta-feira, outubro 07, 2004

Lápis Azul

Pura e simplesmente vergonhoso. De novo, este executivo mostra de que é feito.

Marcelo Rebelo de Sousa pôs fim a quatro anos e quatro meses de comentários políticos na TVI. As razões da sua saída estão por esclarecer, mas o primeiro-ministro negou categoricamente que tenha havido pressão por parte do Governo para o seu afastamento daquela estação privada.
O mediático comentador anunciou, ontem, a sua decisão à agência Lusa, depois de uma conversa com o presidente da Media Capital, Miguel Paes do Amaral, e em seguida remeteu-se ao silêncio. "Na sequência de conversa da iniciativa do presidente da Media Capital, Miguel Paes do Amaral, decidi cessar, de imediato, a colaboração na TVI, a qual sempre pude livremente conceber e executar durante quatro anos e meio", foi a única declaração de Marcelo.As ligações da sua saída às polémicas declarações do ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Gomes da Silva, acerca do seu comentário de domingo passado na TVI - no qual Marcelo criticou duramente a acção do Governo - não pararam de se fazer durante todo o dia de ontem. Gomes da Silva, que anteontem disse sentir-se "revoltado com as mentiras" e com as "falsidades" proferidas aos domingos "por um comentador que tem um problema com o primeiro-ministro" e pediu a intervenção da Alta Autoridade para a Comunicação Social, ontem garantiu não ter intenção de "silenciar" o professor.

Foram já várias as reacções do meio politico a esta situação. Uma das mais veementes foi a de Marques Mendes, ex - ministro.

""É algo de verdadeiramente preocupante, pois nada tem a ver com a história do PSD de Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Durão Barroso, que foi sempre a favor da liberdade". Marques Mendes disse também que a pressão sobre os órgãos de comunicação social revela "um prenúncio de fraqueza". No mesmo sentido, o ex-eurodeputado considerou que o ministro "atacou Marcelo por delito de opinião, o que é próprio das ditaduras". E frisou ser necessário esclarecer "se o aparelho de Estado foi utilizado para pressionar uma empresa privada no sentido de calar uma voz que o Governo considerava incómoda".

Para ler na Integra.:


J.N
TSF